Foi para ajudar o pai que Pascal inventou a primeira calculadora. E o Mundo deu muitas voltas até chegar às máquinas de bolso.
Se as calculadoras hoje estão banalizadas e cabem na palma de uma mão, quando a primeira máquina de calcular mecânica foi inventada, em 1642, a história era bem diferente: uma engenhosa e grande caixa cheia de engrenagens. Ainda só era capaz de fazer contas de somar e subtrair. Ora se virava a engrenagem à direita para a adição, ora se virava à esquerda para a subtração.
A inovação, imagine-se, há 379 anos, deu muito que falar. Não é de admirar, o mais próximo que havia de uma máquina de calcular era o ábaco. Mas o falatório ainda tem outra explicação – o inventor da primeira calculadora, o francês Blaise Pascal, construiu-a muito jovem, tinha 19 anos. O homem, que viria a tornar-se num importante matemático, escritor, físico e filósofo, criou a primeira máquina de calcular automática para ajudar o pai, Étienne Pascal, um cobrador de impostos em França, com os cálculos mais avançados. Chamou Pascalina – ou La Pascaline – ao aparelho mecânico (na foto) com rodas dentadas e algarismos de 0 a 9. E, conta-se, foram construídos cerca de 50 exemplares. Atualmente, a Pascalina está exposta no Musée des Arts et Métiers, em Paris. O melhor de tudo? Ainda funciona.
Foi só quase 30 anos depois, em 1671, que o matemático Gottfried Leibniz melhorou a calculadora de Pascal. Além de somar e subtrair, a máquina criada pelo alemão multiplicava e dividia de modo automático. No início do século XX, ainda era de uso muito restrito. E só em 1970 é que viria a surgir a calculadora de bolso, eletrónica, nos Estados Unidos: pesava um quilo e custava 150 dólares (perto de mil euros aos dias de hoje). Desde então, popularizou-se e invadiu as escolas – até já existem científicas, com baterias ao invés de pilhas. O preço baixou. E o peso. Por isso, hoje, é possível comprar uma calculadora por menos de dez euros. E a pesar poucos gramas.
