Susana Romana

As eleições para o Parlamento Europeu, o Dia de Portugal e as novas regras para os imigrantes

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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São hoje as eleições para o Parlamento Europeu, sendo possível votar em qualquer mesa e mostrando qualquer documento oficial de identificação: o cartão de cidadão, o passaporte ou mesmo o cartão daquele ginásio onde só se foi duas vezes, dando-lhe finalmente utilidade.

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Estas eleições calham, para nós, num fim de semana prolongado. O que vai logo dar bom ar, se os nossos deputados amanhã não se apresentarem ao trabalho porque é feriado. Vai tudo achar que o Dijsselbloem é que tinha razão sobre nós.

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Amanhã vai ser então Dia de Portugal, aquele dia que para o nosso tio de extrema-direita é como se fosse Natal. Pena que ele cante o hino sem saber sequer saber pronunciar “egrégios”.

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A partir deste mês, a população deixa de saber quais são as urgências, sobretudo obstétricas e pediátricas, fechadas por incapacidade de resposta. É um jogo divertido do Governo: se ir às urgências já era uma gincana, porque não dar também uns laivos de jogo das escondidas?

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As famílias com crianças pequenas vão poder recorrer às creches privadas caso não haja oferta pública na freguesia de residência ou trabalho. O problema é que não há mesmo creches. Mais valia o Governo meter insufláveis e televisões a dar Baby TV nas rotundas.

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A investigação do caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, está agora sob a alçada da Polícia Judiciária, algo que o presidente da República saudou. Pudera, agora que meteram o Inspetor Max é que isto se resolve.

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O grande tema da semana foram as novas regras para os imigrantes que queiram vir para Portugal. Foi extinta a “manifestação de interesse”. O que não resolve grande coisa, porque as máfias do tráfico humano continuam a ter manifesto interesse em fazer dinheiro ilegalmente.

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Os trabalhadores da AIMA (que ficaram com os processos do SEF) vão ter prémios de produtividade. Porque pelos vistos nada neste país se resolve sem aquele frisson de a qualquer momento poder entrar o Fernando Mendes com a montra final.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 9 de junho – número 1672 – da “Notícias Magazine”]