Susana Romana

Portugal no Euro2024, António Costa e o croquete de Sónia Tavares

Rubrica "Partida, largada, fugida", de Susana Romana.

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Portugal jogou sábado o seu segundo jogo neste Euro, ainda a contar para a fase de grupos. Que é sempre uma fase desafiante, sobretudo se nos lembrarmos que o Cristiano Ronaldo é, precisamente, um jogador que não papa grupos.

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Falta-nos ainda jogar com a Geórgia, país que está a apenas uma letra de ter o mesmo nome que a Georgina. Trata-se de uma seleção que tem tantas probabilidades de ganhar o Euro como Georgina tem probabilidades de um dia entrar numa biblioteca.

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Noutros desportos, o português Neemias Queta, de 24 anos, ganhou o campeonato da NBA com os Boston Celtics. Mas sim, a Rita Matias é que é um símbolo de como os jovens portugueses são promissores.

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Portugal está entre os 12 países com desempenho acima da média ao nível do pensamento criativo, diz um relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos. É normal, o “pensamento criativo” é uma característica muito portuguesa. Mas cá chamamos-lhe “desenrascanço”.

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À hora a que escrevo, não é claro se António Costa vai para a presidência do Conselho Europeu. As conversações têm sido em jantares, que devia ser um habitat natural para um português. Tem é de ter o cuidado de não encetar o couvert sem saber se o resto da mesa alinha em pagar cinco euros por um queijo fresco.

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Entretanto, Costa vai sendo comentador do novo canal Now. Ser comentador tornou-se numa espécie de ATL para os políticos, onde eles vão brincar com os amigos para matar os tempos mortos. Imagine-se o que era um dia vir a ter um presidente da República sem experiência televisiva, que horror!

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O tema da semana foi um croquete. Sónia Tavares foi expulsa do Rock in Rio por ter comido ilegalmente um salgadinho. A tenda VIP daquele festival é mesmo um sistema de castas: os que fritam os croquetes; os que só podem olhar para os croquetes; e os que podem efetivamente deglutir os croquetes.

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A bronca foi tal que se falou mais disto do que dos concertos. A organização pode assim poupar uns trocos em 2025. Em vez de contratar artistas caríssimos, mete nos palcos alguém a não deixar o Júlio Isidro comer bifanas ou a impedir a Júlia Pinheiro de lanchar percebes.

[Artigo publicado originalmente na edição do dia 23 de junho – número 1674 – da “Notícias Magazine”]